O Figueirense foi até Blumenau e conheceu sua primeira derrota no Campeonato Catarinense. O maior problema não é a derrota em si, mas a forma como aconteceu. O técnico Adílson Batista é conhecido e respeitado até em nível nacional pela forma com que arma seus times. Gosta de jogadores "modernos" que durante a partida excercem mais de uma função e não opta por um esquema "engessado" de jogar e priorizando aplicação tática dentro das quatro linhas. Acontece que algumas vezes (como ontem) o time começa a jogar em função do adversário, primeiro marcando e esperando espaços para contra-atacar. E com todo respeito ao time do Metropolitano, mas o Figueirense não precisa respeitar tanto assim o adversário. Não custava ir até Blumenau e jogar um futebol solto em campo como foi na última partida contra a Chapecoense. Adílson é um treinador inteligente e que estuda bem seus adversários, mas o time tem que ter uma forma de jogar própria para que os adversários também se preocupem em defender-se.
E o primeiro tempo foi um show de horror protagonizado pelas duas equipes que erraram muitos passes e fazerem muitas faltas, não deixando a bola rolar. Mesmo assim o Metropolitano não respeitou o alvinegro e criou as principais jogadas ofensivas da etava inicial podendo inclusive ter terminado com o placar a seu favor.
Se alguma proposta diferenciada por parte do Figueira tinha sido planejada para o segundo tempo, foi por água abaixo logo aos 10 segundos quando numa cochilada incrível dos jogadores logo na saída de bola resultou em um passe no meio da zaga que encontrou Edmar que na saída de Ricardo chutou entre as pernas do goleiro para abrir o placar. Como um time que tem um treinador tão rigoroso taticamente toma um gol em 10 segundos da saída de bola??? O Metrô continuou na pressão e aos 8 minutos Andrei subiu mais alto que a zaga após escanteio e ampliou o placar de cabeça. Somente a partir daí que o Figueirense se soltou em campo e foi para o tudo o nada. E então finalmente as oportunidades foram sendo aparecendo. Aos 15 minutos, Gérson Magrão cobrou falta na intermediária levantando a bola na área e o zagueiro Lino tocou contra para o gol, diminuindo o placar para o alvinegro. O gol deu ainda mais ânimo para a equipe que passou a pressionar os donos da casa mas esbarravam nas boas defesas do goleiro Dida. No último lance da partida o capitão Douglas Silva aproveitou o rebote na área, encheu o pé e a bola rebateu no braço do zagueiro, mas o juiz não assinalou pênalti e a vitória acabou ficando mesmo com o time de Blumenau.
Com a derrota o Figueira caiu para a terceira colocação, ficando atrás do próprio Metropolitano e da Chapecoense. Para se recuperar no campeonato, o próximo jogo é no Scarpelli diante do Camboriú no sábado, as 17:00 hs.
Individuais
Algumas considerações individuais que na minha opinião são relevantes:
Ricardo: parece estar sofrendo a pressão de ser o titular do gol alvinegro. Questionado em alguns lances no empate contra o Joinville, ontem voltou a mostrar alguma insegurança. No primeiro gol a bola passou no meio de suas pernas, no segundo a cabeçada do jogador Andrei apesar de difícil era uma bola defensável além de em um lance isolado perder com as mãs uma bola para Rafael Costa que baixinho ganhou na cabeça do goleiro. Ricardo já mostrou que é um bom goleiro e talvez seja um período de adaptação a titularidade. Mas é bom não dar muita sopa para o azar para não ir se queimando, ainda mais que o goleiro Wilson ainda está bem fresco na memória dos torcedores alvinegros.
Peter: até agora não mostrou qualidade para vestir a camisa alvinegra. Não deve demorar muito para encontrarem outro lateral que assuma a posição.
Zaga: o setor que mais tem agradado a torcida até o momento. Principalmente o capitão Douglas Silva vem mostrando bom futebol comandando a defesa alvinegra. Tem tudo para se tornar uma referência para o time e quem sabe um ídolo no clube se erguer a taça do estadual ou conseguir o acesso no final do ano.
Gérson Magrão: Camisa 10 não combina com ele, pelo menos pelo que mostrou até aqui. Jogador lento que em alguns momentos se esconde da partida. O camisa 10 tem que chamar a responsabilidade quando o jogo não está bom e ser a referência do time em campo, Géron Magrão até aqui está longe de ser o 10 que a torcida espera.
Marcelo Toscano: O centroavante está devendo gols com a camisa alvinegra mas ainda aposto nesse cara. Também não é fácil ter a função de marcar primeiro para depois atacar, assim mata qualquer um. No jogo de ontem mostrou um pouco mais de qualidade no segundo tempo e por pouco não conseguiu empatar a partida, obrigando o goleiro Dida a fazer importantes defesas. O problema é que como o tempo o peso de não marcar gols vai ficando maior nas costas dos atacantes, então que ele aproveite o jogo de sábado para marcar o seu antes que a torcida perca a paciência e passe a fazer as tradicionais cobranças.
Nenhum comentário:
Postar um comentário